sábado, 20 de setembro de 2008

The cherry blossom girl
























A Estação das Cerejas

Eu hei-de ser das cerejas,
da vertigem dos cardumes,
do mistério dos pardais
Hei-de ser o que tu sejas,
aquilo a que te resumes:
as orações naturais

Eu hei-de ser vento norte.
Rir-me na cara da morte.
A dança do colibri
Mas hei-de ser do meu peito,
desta dor com que me deito
só porque me dói de ti

Eu hei-de ser das cerejas,
do luar na primavera,
labirinto de prazer…
Hei-de ser o que desejas
que por ti sabes que espera
enquanto a lua quiser

eu hei-de ser do nada
como a papoila encarnada
que nada fez por nascer.
Hei-de nascer tua amada,
sem uma razão nem nada,
mas só porque tem de ser.

Foto: David La Rua

poema:
joão monge / joão maria dos anjos

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